terça-feira, 8 de março de 2011

O Papel da Mulher no Misticismo




Desde a antiguidade até os dias atuais, sempre temos visto informações acerca do misticismo, como algo quase que exclusivo para os homens, como se fosse uma prerrogativa masculina tornar-se místico, ou integrar uma escola iniciática. Mas será que isso sempre foi assim?

Na prática pudemos observar exatamente o contrário, pois além da mulher estar sempre presente como esposa e companheira de grandes místicos do passado, também constatamos que no mundo místico e iniciático elas também existem. Se para o místico sincero, jamais houve barreiras entre as raças, as classes sociais e o ser humano de um modo geral, sempre houve e sempre haverá no seio das organizações consideradas tradicionais e iniciáticas, uma rejeição da polaridade feminina. Esta situação explica, talvez, a grande lacuna verificada quando compulsamos os adeptos desses movimentos.





Inúmeros são os autores que reconhecem o papel determinante da mulher na História, mas sempre na sombra, em segundo plano. Somente a Ordem Rosacruz, AMORC, através dos séculos, das idéias e dos costumes, e apesar das oposições e zombarias que sofreu, esforçou-se em preservar esse equilíbrio natural e desejável: a igualdade entre homem e mulher.

Para citarmos alguns exemplos de mulheres que fizeram história, não apenas como filha, mãe e esposa, mas também exerceram um papel importante e fundamental em certas organizações, encontramos mulheres como:

JEANNE GUESDON (1884-1955), ainda jovem sentiu-se atraída pelo misticismo, o esoterismo e as sociedades secretas a seduziam, por isso ela consagrou toda a sua energia e seu tempo na organização da jurisdição de língua francesa da Ordem Rosacruz – AMORC.

ESCLARMONDE DE FOIX (1155-1240), que reordenou a organização cátara, foi uma grande batalhadora, criou obras sociais, casas de ensino e sobretudo, hospitais para velhos e feridos de guerra.

TII e NEFERTITI (XVIII Dinastia Egípcia), essas rainhas foram consideradas duas grandes forças complementares nas páginas da história do Egito faraônico.

HELENA PETROVNA BLAVATSKY (1831-1891), possuindo largueza de espírito e de pensamento fundou a Sociedade Teosófica. Sua vida insólita e seus divinos pensamentos inspiraram os mais elevados e espirituais personagens do inicio do século XX.

HILDEGARDE DE BINGEN (1098-1179), exerceu o papel de pacificadora, conselheira e mediadora, evitando inúmeros conflitos entre os povos da Europa.

MÂ ANANDA MOYÍ (1896) considerada a maior mística da Índia, seus pensamentos e ensinamentos exerceram forte influencia junto aos seus discípulos.

DAMA PERNELLE (1326-1397), foi esposa do célebre Nicolas Flamel e juntos consagraram suas vidas à alquimia em busca da “pedra filosofal”.

MARIA DERAISMES (1828-1894), a despeito dos tabus e da segregação, ela derrubou uma muralha e retirou a máscara cinzenta da intolerância, sendo iniciada na franco-maçonaria.

THIPHAINE DE RAGUENEL (1335-1373), iniciada nas profecias do “mago Merlin” foi considerada pelos Franceses como uma mulher sábia, meiga e misteriosa, uma verdadeira fada.

JOANA D’ARC (1412-1431), uma mulher cujos feitos militares, civis e religiosos desta jovem foram objeto de dezenas de livros, artigos e conferencias, onde alguns destes destacaram a espiritualidade de Joana.

DONA BÉATRICE (1684-1706), uma africana que ao nascer recebeu o nome de Kimpa Vita, mas ao ser batizada recebeu o nome cristão de Dona Béatrice, foi considerada gloriosa, resoluta e ardente de fé, conhecida na tribuna da História como a “Joana D’Arc congolesa”.

Para concluir este resumo sobre a importância das mulheres no misticismo, citamos aquela que foi considerada pelos cristãos como um “sagrado santuário”, referimo-nos à MARIA, que ainda criança foi apresentada aos altos dignitários da grande fraternidade essênia, para mais tarde ser colocada sob a tutela do galileu José. O tempo passa, até que aparece-lhe um Mestre (um anjo) e lhe anuncia que é chegado o momento de ser cumprida a profecia dos magos: “Tu conceberás pelo verbo de Deus” . Alguns meses depois ela deu à luz a Jesus, “o verbo que era a verdadeira luz, e que vindo ao mundo, ilumina todos os homens”.



Estas treze personalidades aqui tratadas de forma resumida, são apenas alguns exemplos entre milhões de casos semelhantes ou paralelos que passaram pela humanidade. Este trabalho é consagrado à mulher, ao seu poder e às suas possibilidades. “Abordar o princípio feminino é evocar a história da Humanidade em seu todo”.

Texto baseado na obra Rosacruz As Grandes Iniciadas” de Helène Bernard – AMORC.